Sendo de uma família de
botonistas (filho de Sérgio Lagos Motta e irmão de Ricardo Zancanela Motta),
natural que o primeiro incentivo a praticar o futebol de mesa viesse de seu
pai. De tanto vê-lo envolvido com o futebol de mesa, à época quase que dia e
noite, começou a se interessar, mesmo porque sempre curtiu muito o futebol. Assim, tão logo adquiriu "tamanho" para alcançar a mesa,
começou a dar suas primeiras palhetadas.
Também ajudou muito no seu
começo presenciar os eventos que ocorriam no saudoso Estádio Adega, que ficava
em seu apartamento, na 316 Norte. Ali se reuniam vários botonistas e ele
acompanhava "in loco" os diversos jogos e torneios realizados. A
primeira edição do Torneio Adega, por exemplo, foi realizada no período de 16 a
28 de outubro de 1984. Com seis anos de idade, a “participação” de Marcelo era
ficar debaixo da mesa de jogo, “perturbando” todos que disputassem o torneio.
Um fator que o levou a
frequentar campos "estrangeiros" foi a primeira
"rivalidade" nas mesas, com Luciano Sampaio, filho do saudoso Álvaro
Sampaio. Nascidos com poucos meses de diferença em 1978, começaram na mesma
época e levaram a "rivalidade" à frente.
Brasileiro Interclubes de 2001 |
Marcelo deu uma parada por
um bom tempo, assim como Luciano, e retornou quando seu irmão Ricardo começou
"para valer", quando este tinha 16 anos. Assim começou uma outra
grande “rivalidade”.
Fez sua estreia de forma
definitiva no ano de 1999. Em uma de suas primeiras partidas, disputada na
AABB, no dia 9 de janeiro de 1999, jogando com o time da NBA, empatou em 2 x 2
com seu pai, Sérgio Motta. O curioso é que neste mesmo dia, Ricardo também empatou
com seu pai, em 3 x 3.
Ainda se adaptando à regra
dos 3 Toques, aos botões e ao tamanho das mesas, Marcelo não foi bem em sua
primeira participação em uma competição oficial, o Campeonato Interno da AABB, disputado
a partir de 10 de abril de 1999, por 21 técnicos, divididos em dois grupos, não
conseguindo classificação para a segunda fase.
Já jogando com o nome do
time que passaria a defender dali em diante, Raça, nos dez jogos que disputou
Marcelo venceu três e empatou dois. Ficou na sétima colocação (os cinco
primeiros de cada grupo se classificavam).
As primeiras vitórias
foram contra Francisco Rezende (New Star) - 4 x 1, Ronaldo Picchi (Paulistano)
- 2 x 1 e
Ronaldo Larrossa (Pelotas)
- 1 x 0.
Logo depois, mais
precisamente a partir de 1º de junho de 1999, participou de sua primeira Taça
Brasília. Juntamente com seu irmão Ricardo e mais dez técnicos, disputou a
Segunda Divisão. Os destaques dessa competição foram os retornos dos irmãos
Caruso, Rodrigo (Digão) e Luiz Cláudio.
Marcelo ficou em segundo
lugar no seu grupo e classificou-se para a segunda e decisiva fase.
Infelizmente, desconhecemos o resultado final desse torneio.
Nos anos de 2000 e 2001, Marcelo
Motta participou de pequenos torneios, mas apenas da Taça Brasília entre os torneios
oficiais organizados pela F. B. F. M. Assim, sua próxima competição oficial foi
a Taça Brasília de 2000, quando, já fazendo parte da Primeira Divisão, chegou
na sétima colocação.
O ano de 2001 foi de
estreias para Marcelo Motta. Primeiramente, no dia 21 de abril de 2001,
disputou o seu primeiro Campeonato Brasiliense Interclubes, formando a equipe 3
da AABB, juntamente com seu irmão Ricardo e mais Digão, Roberto e Zé Paulo.
Uma semana depois,
integrando a mesma equipe (mais Luiz Cláudio Caruso), disputaria pela primeira
vez o Campeonato Brasileiro Interclubes, que teve como sede a AABB-Brasília.
Sua estreia foi no dia 28 de abril de 2001, empatando em 1 x 1 com José Neto,
do Clube Ocidental. Sua primeira vitória na competição aconteceria no dia
seguinte, 29 de abril, ao vencer Jorge Dias, da ACFB, por 2 x 1. Outro grande
resultado foi alcançado nesse mesmo dia, vitória de 3 x 2 sobre José Luís
Mendonça, do América, de São José do Rio Preto-SP.
Para completar o bom
momento que vivia, após um longo período de disputas (4 de setembro a 1º de
dezembro de 2001), conseguiu uma grande colocação na Taça Brasília: 3º, atrás,
apenas, dos experientes técnicos José Ricardo Almeida e Paulo César Faria. Sua
campanha foi muito boa: 21 jogos, doze vitórias, três empates e seis derrotas.
Demonstrando grande poder ofensivo, característica que o marcou em toda a sua
carreira, obteve o segundo melhor ataque do campeonato, com 61 gols, um a menos
que Jan Buarque (62) e um a mais que José Ricardo e Tarcízio, ambos com 60.
Motivado pelas boas
atuações no ano anterior, tomou parte de vários torneios oficiais em 2002,
alcançando grandes feitos.
Foi vice-campeão no
primeiro Challenger do ano, disputado no dia 29 de janeiro, após dois jogos
emocionantes, empatando com seu irmão Ricardo na semifinal (2 x 2) e perdendo a
final para Paulo César, por 3 x 2.
No 1º Masters Series de
2002, disputado nos dias 13 e 16 de abril, também chegou na segunda colocação,
perdendo a decisão para Tarcízio Dinoá Junior.
Porém, sua grande façanha
nesse ano de 2002 foi a conquista da Copa do Mundo. Segundo o regulamento da
competição, os 16 técnicos inscritos representariam duas seleções, cada,
totalizando as 32 seleções que disputaram a Copa do Mundo de Futebol de2002.
Coube ao Marcelo as seleções da Argentina e a do Paraguai. De 11 de maio a 1º
de junho de 2002 aconteceram os jogos na AABB-Brasília e, quando seus
adversários deram conta, Marcelo estava com suas duas seleções nas semifinais.
Ao vencer Tarcízio Dinoá Junior (Senegal) e Jan Buarque (Estados Unidos),
Argentina e Paraguai criaram um inusitado dilema: como seria a final? A solução
foi proposta por Marcelo, que convidou seu pai para escolher uma das duas
seleções, e disputaram a final, com o título ficando com o Paraguai, de
Marcelo, após vitória de 3 x 0 sobre a Argentina.
O primeiro título de
campeão de um Challenger veio em 29 de junho de 2002. Depois de empatar em 0 x
0 e vencer na morte súbita seu pai, fez uma surpreendente final contra Roberto
Pessoa, vencendo-o pelo também surpreendente resultado de 5 x 3. Detalhe
curioso desse jogo: dos oito gols marcados, sete foram marcados pelos botões de
nº 8.
Foi quarto colocado na
Taça Brasília de 2002, após excelente e invicta campanha na primeira fase (15
jogos, 11 vitórias e 4 empates), passar por Rodrigo Caruso nas quartas-de-final
e perder os dois jogos nas semifinais, pelo mesmo placar (2 x 1) para Paulo
César Faria, que acabou conquistando o título de campeão. Seu jogador nº 10,
Zico, foi o artilheiro da Taça Brasília, com 20 gols.
Se em 2002 Marcelo tomou
parte de 15 competições oficiais, no ano seguinte foram 14, com três
Challengers conquistado e mais um quarto lugar na Taça Brasília.
Mas o fato marcante desse
ano de 2003, foi propiciar ao seu irmão Ricardo a conquista do 1° lugar no
Ranking da F.B.F.M., ao vencer Jan Buarque, num jogo atrasado da Taça Brasília,
por 2 x 1, fazendo com que a posição de Jan na competição piorasse, e que, no
final do ano, Ricardo somasse 415 pontos contra 414 de Jan.
Diminuiu um pouco seu
ritmo em 2004, tendo disputado dez torneios, sem nenhuma conquista.
Quase se afastou das mesas
em 2005, quando disputou somente dois torneios, mas voltou com força total em
2006, batendo seu recorde de participação em torneios oficiais em Brasília: 21.
Em 2006, voltaria a
conquistar a Copa do Mundo, desta vez com a Argentina, após campanha invicta
nos sete jogos que disputou. Seu segundo time, os Estados Unidos, ficou em 11º
lugar. Também venceu um Challenger e foi terceiro colocado na Taça Brasília.
Nos anos seguintes, 2007 e
2008, participou de poucos torneios, sendo nove no primeiro ano e seis no
segundo. Ainda assim, conquistou dois Challengers em 2007.
Em 2009, voltou a
participar de um maior número de torneios, 17, sem conquistas, porém.
No ano de 2010, tomou
parte de apenas dois torneios, sendo que quase chega ao tricampeonato na Copa
do Mundo, perdendo a final para Adolpho Parente, por 1 x 0, sua única derrota
na competição.
De 2011 até 2015, sua
participação diminuiu de forma drástica, chegando ao ponto de não disputar
torneios em 2011 e 2013, apenas um em 2014 e três em 2012 e 2015, seu último
ano praticando o futebol de mesa.
Sua última participação
foi nos dias 10 e 17 de março de 2015, quando disputou dois jogos (e venceu
ambos) no primeiro dia e não compareceu no segundo, válidos pelo Torneio
Verdão.
Com o nascimento, em junho
de 2012, de sua filha Giovanna, assumiu o papel de “paizão”, o mesmo
"mal" que atacou o Luciano. Trabalhando num horário apertado
(começava às sete horas), aliado a cursos, principalmente aos sábados, foi se
afastando, lamentavelmente...
Nenhum comentário:
Postar um comentário